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A DEBUTANTE RETRÔ

Eu queria fazer de minha existência uma festa. E, para mim, tinha que ser especial - meus quinze anos retrocedidos. Meu idealismo rançoso com as farpas da realidade cortando a minha carne. Ai de meus sonhos juvenis! Queria um mundo de bondade leve. A vida como um sonho delicado, doce e sem diabete. Mas eu caí e a minha queda foi o desastre. As feridas do corpo eram sangue e fragilidade.

      Vi dentro das chagas não apenas a dor, mas a inutilidade humana com a qual manifestava os meus orgulhos. Queria o amor, contudo o ódio me consumia. O que faria de mim com tanta sombra devassando o meu corpo?

      Precisava empreender uma alquimia. Apropriar-me de saberes complexos e secretos, para resgatar, de dentro do meu ser, a luz perdida. (...)

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